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O Advogado de Deus

Livro: O Advogado de Deus

Autor - Fonte: Zibia Gasparetto

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...Capítulo 1 O salão estava cheio e a festa, animada. Os pares dançavam alegremente ao som da música agradável. Tudo estava impecável. Maria Alice olhava satisfeita, atenta aos convidados, observando todos os detalhes para que nada faltasse. Com classe e finura, deslizava entre eles, dando uma palavra aqui, um sorriso ali, segura de seu charme, certa de sua beleza. Mulher habituada ao brilho dos salões sabia como receber com luxo e distinção. Seu marido, Antônio de Almeida Resende, rico e de importante família do Rio de Janeiro, militava ativamente na política, tendo sido eleito deputado federal. Costumava reunir em sua casa pessoas famosas, ar¬tistas no ápice da fama, políticos, empresários, a classe A. Os convites de suas recepções eram muito disputados e todos consideravam uma honra comparecer a uma de suas festas. Tanto Maria Alice quanto o marido e seus dois filhos, Lanira e Da¬niel, apareciam constantemente nas colunas sociais das revistas da moda. Lanira, dezenove anos, corpo bem-feito, tez morena, cabelos castanhos, olhos negros grandes e brilhantes, sempre elegante e vestida na última moda, chamava atenção por onde passava. Voluntariosa, habituada a ser servida e valorizada, não se relacionava com facilidade. Educada, tinha muitos conhecidos, mas seria difícil encontrar alguém que privasse de sua intimidade. Daniel, vinte e dois anos, alto, mais claro do que a irmã, cabelos castanhos e ondulados que o sol descoloria ainda mais colocando...
eles re¬flexos dourados. Elegante, afável e cordato, tinha muitos amigos, acaba¬ra de se doutorar em Direito. O pai sonhava introduzi-lo na política. Daniel tinha todas as qualidades para isso. Simpático, amável, aparência bondosa e principalmente uma perspicácia que muitas vezes o surpreendia. Mas, apesar de sua insistência, Daniel não se decidira. — Tenho outros planos — dizia quando o pai tocava no assunto. — Nada pode ser melhor do que servir ao país! — argumentava ele convicto. — Você terá o apoio de nosso partido e obterá vitória fácil. Ê uma profissão honrosa e rendosa. Não pode haver caminho melhor! — Não penso assim. Você vive preso a compromissos com os homens do partido, com o povo, com o governo, com as organizações. Não pretendo escravizar-me dessa forma. Sou livre e quero fazer o que gosto. — Neste mundo não se pode fazer só o que se gosta! Cedo descobri¬rá que está errado. Para progredir terá que transigir. Não há outra manei¬ra de vencer. Daniel olhou-o pensativo e em seus olhos havia uma expressão indefinível ao dizer: — A vida não é só o que parece estabelecido. Há diferentes caminhos para se chegar ao que se quer. Pretendo encontrar o mais curto. Antônio meneou a cabeça negativamente: — Arroubos da mocidade, meu filho! Escute o que eu digo. Tenho experiência. Se quer o caminho mais curto, entre para a política. Terá fama, respeito, dinheiro, tudo. Ele riu e não respondeu. Seu pai era um vencedor, respeitado, rico, bem-visto na sociedade, mas ele não concordava com suas idéias. Desde muito jovem observava a vida familiar e embora se relacionasse bem com o resto da família, respeitando seus pontos de vista, sentia que seus valores eram diferentes. Quando os comentários em casa corriam soltos sobre as últimas fofocas sociais, quem aparecera mais em sociedade, quem estava decadente ou quem liderava neste ou naquele setor, Daniel entediava-se. Não sentia nenhum interesse por essas futilidades. Não dava nenhuma importância aos sobrenomes, às posições ou aos poderes das pessoas. Gostava da espontaneidade, olhava as pessoas apreciando seus aspectos de personalidade, valorizando-as pelas qualidades que descobria ou pelo brilho de sua inteligência. Quando seus pais reclamavam porque ele não participava das conversas familiares, ele explicava: — Vocês criticam todo mundo! Enxergam somente os defeitos. E as qualidades? — Que qualidades? — dizia Maria Alice irônica. — Todas as pessoas têm qualidades, mamãe. Nem sempre estão à vista. É preciso descobri-las. Antônio não concordava: — Isso é loucura. Você é ingênuo. Se continuar pensando assim, vai se dar mal. As pessoas são cheias de defeitos e fraquezas. Pobre de quem confiar no ser humano! Ninguém é perfeito, você sabe disso. E preciso estar prevenido para se precaver contra a maldade dos outros. — Pensando assim você nunca vai encontrar pessoas que poderiam ser seus...
m vencedor, respeitado, rico, bem-visto na sociedade, mas ele não concordava com suas idéias. Desde muito jovem observava a vida familiar e embora se relacionasse bem com o resto da família, respeitando seus pontos de vista, sentia que seus valores eram diferentes. Quando os comentários em casa corriam soltos sobre as últimas fofocas sociais, quem aparecera mais em sociedade, quem estava decadente ou quem liderava neste ou naquele setor, Daniel entediava-se. Não sentia nenhum interesse por essas futilidades. Não dava nenhuma importância aos sobrenomes, às posições ou aos poderes das pessoas. Gostava da espontaneidade, olhava as pessoas apreciando seus aspectos de personalidade, valorizando-as pelas qualidades que descobria ou pelo brilho de sua inteligência. Quando seus pais reclamavam porque ele não participava das conversas familiares, ele explicava: — Vocês criticam todo mundo! Enxergam somente os defeitos. E as qualidades? — Que qualidades? — dizia Maria Alice irônica. — Todas as pessoas têm qualidades, mamãe. Nem sempre estão à vista. É preciso descobri-las. Antônio não concordava: — Isso é loucura. Você é ingênuo. Se continuar pensando assim, vai se dar mal. As pessoas são cheias de defeitos e fraquezas. Pobre de quem confiar no ser humano! Ninguém é perfeito, você sabe disso. E preciso estar prevenido para se precaver contra a maldade dos outros. — Pensando assim você nunca vai encontrar pessoas que poderiam ser seus verdadeiros amigos. — Tenho muitos amigos. — Você vive rodeado de pessoas conhecidas nas quais não confia e critica pelas costas. Amigo, para mim, é outra coisa. — Agora você está sendo radical. Claro que tenho amigos! Mas sei até onde posso ir com cada um deles. — São seres humanos, não é, papai? — Isso mesmo. Um dia verá que tenho razão. Daniel sorria e não argumentava. De que adiantaria? Ele não era ingênuo como seu pai dizia. Tinha perspicácia para perceber as fraquezas e os limites de cada um, mas por causa disso não era insensível a ponto de ignorar suas qualidades. Pensava que era mais produtivo incentivar essas qualidades do que ficar criticando e mostrando as falhas. Na adolescência, sempre que alguém criticava uma falha sua, sentia revolta e rancor. Não errava de propósito, mas por não saber fazer melhor. Sentia que as críticas não o ajudavam em nada, davam-lhe apenas uma visão de incapacidade que se ele aceitasse acabaria por incapacitá-lo ainda mais. Maria Alice preocupava-se com as idéias do filho, ao que Antônio respondia: — Ele é jovem. Isso passa. Vai amadurecer com o tempo. — Não sei, não. Às vezes ele me parece tão ingênuo. Não enxerga a maldade. Relaciona-se com qualquer um. Não valoriza nossa classe social. — Tem a boa-fé dos moços. O que acha que ele vai encontrar relacionando-se com gente sem cultura ou boa educação? É inteligente. Vai descobrir que o nível de cada um é muito importan...
verdadeiros amigos. — Tenho muitos amigos. — Você vive rodeado de pessoas conhecidas nas quais não confia e critica pelas costas. Amigo, para mim, é outra coisa. — Agora você está sendo radical. Claro que tenho amigos! Mas sei até onde posso ir com cada um deles. — São seres humanos, não é, papai? — Isso mesmo. Um dia verá que tenho razão. Daniel sorria e não argumentava. De que adiantaria? Ele não era ingênuo como seu pai dizia. Tinha perspicácia para perceber as fraquezas e os limites de cada um, mas por causa disso não era insensível a ponto de ignorar suas qualidades. Pensava que era mais produtivo incentivar essas qualidades do que ficar criticando e mostrando as falhas. Na adolescência, sempre que alguém criticava uma falha sua, sentia revolta e rancor. Não errava de propósito, mas por não saber fazer melhor. Sentia que as críticas não o ajudavam em nada, davam-lhe apenas uma visão de incapacidade que se ele aceitasse acabaria por incapacitá-lo ainda mais. Maria Alice preocupava-se com as idéias do filho, ao que Antônio respondia: — Ele é jovem. Isso passa. Vai amadurecer com o tempo. — Não sei, não. Às vezes ele me parece tão ingênuo. Não enxerga a maldade. Relaciona-se com qualquer um. Não valoriza nossa classe social. — Tem a boa-fé dos moços. O que acha que ele vai encontrar relacionando-se com gente sem cultura ou boa educação? É inteligente. Vai descobrir que o nível de cada um é muito importan...

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