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A Ciência Secreta - Vol. II

Livro: A Ciência Secreta - Vol. II Página 2

Autor - Fonte: Henri Durville

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...parece afastar as idéias sérias, o que pode ter de lento em um ensinamento recusado aos profanos. Como nas Índias e no Egito o número de deuses e de semi-deuses é quase infinito, porém nunca os deuses tiveram a forma e o pensamento mais humano, nunca foram misturados à vida do homem com uma tão doce e tão fraternal familiaridade. Nas grandes epopéias, os deuses não ficam sobre o seu Olimpo, mas lutam ao lado do seu herói favorito, e quando este está a ponto de cometer qualquer irreparável tolice, eles dão os seus conselhos, a ordem necessária para salvá-los e não raro se oferece o ensejo da leitura, nos contos dos monges sagrados, destas palavras do hóspede, àquele que pede asilo: "Se tu não és um deus oculto sob a figura de um mortal." 7 Mas toda esta graça e esta poesia não ocultam senão um esoterismo poderoso, e achamos na Grécia três ciclos iniciáticos colocados sob o nome de três ilustres iniciados: os mistérios de Dionísios, que vêm da Trácia e que são atribuídos à Orfeu; a iniciação de Delfos, bem anterior a Pitágoras, porém cuja severa doutrina tenta fazer reviver a austeridade dória; os mistérios de Elêusis, de que Platão é a flor ofuscante, porém que nasceram muito antes dele, em honra à maternal Deméter. Certamente, a maioria destes mistérios era tirada de Ísis e de Osíris, que vimos no Egito, ainda que se encontre uma parte de gênio pessoal, vindo do sentimento da raça e das lembranças de u...
a antiga religião autóctone; mas, para quem sabe ler e ver através dos símbolos e das palavras floreadas e sonoras do poeta u`a mesma idéia, um mesmo pensamento iniciático levou o pensamento do mundo a todos os países, a todas as raças, a todos os tempos, com fracas modificações, que provêm dos costumes, certamente mais mutáveis do que as idéias primordiais da humanidade. * * * A grande censura que se fez à Grécia foi o sensualismo de sua religião, porque não se desejou ver o simbolismo que existe nesse sensualismo poético e nas ações dos deuses tão inocentes como as forças naturais, das quais eles são a imagem humanizada pelo povo mais artista. Porém, numerosos autores viram o sentido oculto destas alegorias e fizeram justiça em vez de censuras. No volume do Mundo Primitivo, que consagra o Gênio alegórico dos antigos, Court de Gébelin cita estas palavras de Bacon: 8 "A antigüidade primitiva, relativamente à sua maneira de ensinar, merece a nossa admiração, encerrando na alegoria, como em uma rica caixinha, tudo o que as ciências têm de mais precioso e adiantado, por esta filosofia, a glória do gênero humano”. "Posto que hoje nós a abandonássemos às crianças, encaro, entretanto, estas alegorias como o conhecimento mais excelente, conforme a religião e a fonte da política cuja extensão é tão vasta". É ver com justeza, porque a cultura grega dá, àquele que a pratica, uma forma de espírito que lhe serve para toda a vida, ensinando-lhe a ver em cada coisa a imagem de uma coisa oculta. É o que faz dizer ainda a Bacon: "Confesso, sem custo, estar persuadido que, desde a sua origem, as fábulas antigas foram alegóricas e encerraram lições importantes: seja que eu tenha concebido a mais alta idéia destes tempos primitivos, seja que eu perceba na maioria destas fábulas uma relação tão sensível com o objeto representado e, em o próprio tecido da fábula e no valor dos nomes que possuem os seus personagens, é impossível recusar-se a idéia que aqueles que inventaram tenham realmente estes objetos em vista. e se alguém se obstina, não obstante, em não querer perceber semelhança, não o atormentaremos para que pense como nós; lamentamos, porém, que tenha a vista tão perturbada e o entendimento tão pesado e obscuro". * * * 9 Os mistérios gregos decorrem dos mistérios egípcios, isso é inegável; porém, como as coisas são apresentadas diferentemente pelas duas raças tão dessemelhantes! No Egito, a iniciação toma um aspecto terrível que não é fácil de abordar e de que não teria logo tendência a se afastar, se o desejo da alta ciência não fosse daqueles que fazem bravura de todas as experiências. Estas experiências, nos santuários do Egito, tornavam o acesso à iniciação quase impossível. A ascese imposta era de uma severidade temível. Tudo era feito para inspirar o terror e afastar o noviço. Na Grécia, tudo era difer...
e para toda a vida, ensinando-lhe a ver em cada coisa a imagem de uma coisa oculta. É o que faz dizer ainda a Bacon: "Confesso, sem custo, estar persuadido que, desde a sua origem, as fábulas antigas foram alegóricas e encerraram lições importantes: seja que eu tenha concebido a mais alta idéia destes tempos primitivos, seja que eu perceba na maioria destas fábulas uma relação tão sensível com o objeto representado e, em o próprio tecido da fábula e no valor dos nomes que possuem os seus personagens, é impossível recusar-se a idéia que aqueles que inventaram tenham realmente estes objetos em vista. e se alguém se obstina, não obstante, em não querer perceber semelhança, não o atormentaremos para que pense como nós; lamentamos, porém, que tenha a vista tão perturbada e o entendimento tão pesado e obscuro". * * * 9 Os mistérios gregos decorrem dos mistérios egípcios, isso é inegável; porém, como as coisas são apresentadas diferentemente pelas duas raças tão dessemelhantes! No Egito, a iniciação toma um aspecto terrível que não é fácil de abordar e de que não teria logo tendência a se afastar, se o desejo da alta ciência não fosse daqueles que fazem bravura de todas as experiências. Estas experiências, nos santuários do Egito, tornavam o acesso à iniciação quase impossível. A ascese imposta era de uma severidade temível. Tudo era feito para inspirar o terror e afastar o noviço. Na Grécia, tudo era diferente. Certamente, não se tinha o acesso aos mistérios por uma simples pergunta, e precisava mostrar antes qualidades de força de alma e resistência física. Mas, uma vez obtido este resultado, o terror, que nunca tinha existido, desaparecia inteiramente. Todos os poetas gregos que foram iniciados — sobretudo nos mistérios de Elêusis — falam de sua iniciação e de suas festas secretas como da maior alegria da vida. Seu coro de Bem-aventurados nas Rãs de Aristófanes mostra o que era esta alegria. Nunca tanta poesia e tanta suavidade foram empregadas para cantar a mais mística felicidade. Nada revela, neste canto sublime, os ensinamentos que se devem calar, mas a expressão de uma tal alegria é bem feita para atrair adeptos entre um povo tão sensível à poesia e à beleza. E os próprios ensinamentos eram enfeitados de todas as graças de arte e entusiasmo. Tudo não era senão festas e jogos no país da beleza. Portanto, os ensinamentos eram os mesmos. Como a iniciação egípcia, o Templo de Delfos ordenava ao adepto a conhecer-se a si mesmo. 10 Os mistérios de Orfeu e de Deméter faziam conhecer a certeza das vidas sucessivas e a ascensão do ser que, de luta em luta, chegava a uma pureza cada vez mais perfeita e juntava o grupo dos Olimpos sobre os cumes coroados de sol, porque a Grécia superabundava de heróis divinizados pelas grandes ações. A barreira entre o céu e a terra não foi franqueada nunca. Mas, antes de poder encarar...
ente. Certamente, não se tinha o acesso aos mistérios por uma simples pergunta, e precisava mostrar antes qualidades de força de alma e resistência física. Mas, uma vez obtido este resultado, o terror, que nunca tinha existido, desaparecia inteiramente. Todos os poetas gregos que foram iniciados — sobretudo nos mistérios de Elêusis — falam de sua iniciação e de suas festas secretas como da maior alegria da vida. Seu coro de Bem-aventurados nas Rãs de Aristófanes mostra o que era esta alegria. Nunca tanta poesia e tanta suavidade foram empregadas para cantar a mais mística felicidade. Nada revela, neste canto sublime, os ensinamentos que se devem calar, mas a expressão de uma tal alegria é bem feita para atrair adeptos entre um povo tão sensível à poesia e à beleza. E os próprios ensinamentos eram enfeitados de todas as graças de arte e entusiasmo. Tudo não era senão festas e jogos no país da beleza. Portanto, os ensinamentos eram os mesmos. Como a iniciação egípcia, o Templo de Delfos ordenava ao adepto a conhecer-se a si mesmo. 10 Os mistérios de Orfeu e de Deméter faziam conhecer a certeza das vidas sucessivas e a ascensão do ser que, de luta em luta, chegava a uma pureza cada vez mais perfeita e juntava o grupo dos Olimpos sobre os cumes coroados de sol, porque a Grécia superabundava de heróis divinizados pelas grandes ações. A barreira entre o céu e a terra não foi franqueada nunca. Mas, antes de poder encarar...

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