Livro: Racismo em Kardec
Autor - Fonte: Paulo Neto
...Paulo Neto
A Propaganda antiespírita e a
verdade doutrinária.
ÍNDICE
Prefácio.6
Introdução.9
Uma abordagem conceitual.10
Origem e Definição.19
Contextualização histórica.26
Kardec: conhecendo o homem e sua obra.65
1 – O que podemos ver em suas obras.69
2 – Kardec e a questão das raças.118
3 - Os textos problemáticos.132
Teoria da beleza.132
O negro Pai César.139
A frenologia e a fisiognomonia.142
Frenologia espiritualista e Espírita
- Perfectibilidade da raça do negro.145
O dedo em riste.154
Conclusão.187
Referências bibliográficas.204
Anexo I.207
Anexo II.215
Anexo III.221
“É destino dos grandes homens serem
perseguidos” (PADRE HERVIER).
“A verdade não se prova pelas perseguições,
mas pelo raciocínio; as perseguições, em
todos os tempos, foram a arma das más
causas, e daqueles que tomam o triunfo da
força bruta pelo da razão” (KARDEC).
“A calúnia, sem contradita, é uma arma
perigosa e pérfida, mas tem dois gumes e fere
sempre aquele que dela se serve” (KARDEC).
Agradecimento
Não posso deixar de registrar o meu
agradecimento aos dedicados amigos
Hugo Alvarenga Novaes, João Frazão de
Medeiros Lima e Ricardo Matos
Damasceno, pelas valiosas sugestões ao
nosso texto, que o melhoraram em muito
no conteúdo e na gramática. A eles
minha eterna gratidão.
5
Prefácio
Honrado com redigir um prefácio de livro tão importante para o Espiritismo e para o
movimento espírita, porquanto nel...
se rebate proficuamente a sicofantia de quem há, sem
nenhuma razão, perseguido a doutrina organizada e codificada por Allan Kardec, eu não me
posso furtar a não reconhecer a um texto prefacial a natureza de introdução. Oriundo da
palavra latina praefatio, praefationis, a significar o que se diz ou se escreve no princípio, um
prefácio tem o condão de referir-se, in casu, assim ao autor de um livro como à importância da
obra no contexto em que ela exsurge. Não obstante, o prefaciador não deve pôr-se a
indevidamente encetar ou finalizar o labor unicamente cabível a quem escreveu o livro.
Duas justificativas motivam a minha compreensão – sim, técnica – sobre restringir o
atuar do prefaciador: i. não se antecipar ao autor em especificidades necessárias ao sucesso
da leitura, porque aí se diagnosticaria, no mínimo, ausência de consideração para com ele; ii.
permitir ao leitor manter um contato mais saboroso com a obra, deixando-o por si próprio
adentrar-se na urdidura do texto.
Não há, todavia, sob pena de esvaziamento semântico do prefácio, não promover, pelo
menos vestigialmente, o exame do conteúdo por descortinar na sucessão dos capítulos, razão
por que, não raro, por descuido nesse mister, o texto do prefaciador acaba como pletora de
referências internas ao próprio livro. Pela mesma causa, recusam-se algumas pessoas a ler o
texto inicial, ao argumento de que, se já irão cuidar em ler o texto principal, não devem perder
o seu precioso tempo em compulsar prefácio. Ademais, note-se não ser o prefácio um paper,
um ensaio ou uma recensão crítica, tampouco um resumo ou um fichamento de obra. Também
não se converta o prefácio em meio de bajulice piegas do autor, dispensando-se valiosa
criticidade.
Outrossim, que há de tão relevante no livro então prefaciado?! Tratar-se-ia, por acaso,
de simples e repetitiva abordagem doutrinária, invariavelmente similar a tantas quantas
espalhadas no mercado editorial?! Após reflexiva leitura da obra, a resposta afigurar-se-á ao
leitor assaz negativa, haja vista a delicadeza do assunto posta em face dos pleitos de
liberdade, de igualdade e de fraternidade entre os homens, ideais estes a historicamente
refletirem direitos fundamentais de três distintas gerações, desde a Revolução Francesa até a
consagração jurídica daqueles nas constituições de todo o mundo.
O grave problema encontra-se em que alguns antiespíritas imputam ao polímata e
intelectual francês Allan Kardec, mais conhecido graças à organização, coordenação e
codificação da Doutrina Espírita, a condição de haver tido e alimentado ideias racistas no
ensaio Frenologia Espiritualista e Espírita - Perfectibilidade da Raça Negra, da edição
de abril de 1862, da Revista Espírita, assim como nos itens 29 usque 32 do cap. XI de A
Gênese e no ensaio Teoria do Belo, constante das Obras Póstumas. Tudo, porém, não
ultrapassa os lindes de má interpre...
er
o seu precioso tempo em compulsar prefácio. Ademais, note-se não ser o prefácio um paper,
um ensaio ou uma recensão crítica, tampouco um resumo ou um fichamento de obra. Também
não se converta o prefácio em meio de bajulice piegas do autor, dispensando-se valiosa
criticidade.
Outrossim, que há de tão relevante no livro então prefaciado?! Tratar-se-ia, por acaso,
de simples e repetitiva abordagem doutrinária, invariavelmente similar a tantas quantas
espalhadas no mercado editorial?! Após reflexiva leitura da obra, a resposta afigurar-se-á ao
leitor assaz negativa, haja vista a delicadeza do assunto posta em face dos pleitos de
liberdade, de igualdade e de fraternidade entre os homens, ideais estes a historicamente
refletirem direitos fundamentais de três distintas gerações, desde a Revolução Francesa até a
consagração jurídica daqueles nas constituições de todo o mundo.
O grave problema encontra-se em que alguns antiespíritas imputam ao polímata e
intelectual francês Allan Kardec, mais conhecido graças à organização, coordenação e
codificação da Doutrina Espírita, a condição de haver tido e alimentado ideias racistas no
ensaio Frenologia Espiritualista e Espírita - Perfectibilidade da Raça Negra, da edição
de abril de 1862, da Revista Espírita, assim como nos itens 29 usque 32 do cap. XI de A
Gênese e no ensaio Teoria do Belo, constante das Obras Póstumas. Tudo, porém, não
ultrapassa os lindes de má interpretação, não do Mestre de Lyon, mas dos antiespíritas e
contrakardecianos que, não se havendo aprofundado na matéria e não sendo honestos com
tudo quanto julgam ter compreendido, opinam de afogadilho e publicam verrinas em estilo
macarrônico. Dentre eles, em sítios da internet, podem encontrar-se pseudocépticos de
fancaria, católicos assanhados e saudosos de Torquemada, bem como alguns protestantes
autoalçados à honra de teólogos.
Nesse ínterim, não se pode acatar uma crítica, por menos severa que ela se apresente,
quando não se contemplam duas premissas: i. prévio conhecimento da matéria na qual se
tenta intelectivamente caminhar; ii. entendimento lógico de tudo quanto se ponha a termo,
sem ingerência de interesses meramente faccionais. Decerto, os críticos antiespíritas têm o
direito fundamental de exprimir-se livremente, amparados no inciso IV do art. 5º da Carta de
1988, vedado, porém, o anonimato. Desse modo, muitos deles não se anonimizam nem se
escondem, mas, como popularmente se afirma, quem diz o que não deve ouve o que não
quer. Por esta razão, empreendem-se todos os esforços para confutar a falsa tese de que o
Codificador do Espiritismo expendera pensamentos e conclusões racistas, porque, em uma
análise sistêmica e estritamente científico-filosófica, tal nunca se pôde verificar.
Não se decola do pressuposto, sensivelmente falso, de que Allan Kardec tenha sido um
6
simples homem da sua época, o qual publicara...
tação, não do Mestre de Lyon, mas dos antiespíritas e
contrakardecianos que, não se havendo aprofundado na matéria e não sendo honestos com
tudo quanto julgam ter compreendido, opinam de afogadilho e publicam verrinas em estilo
macarrônico. Dentre eles, em sítios da internet, podem encontrar-se pseudocépticos de
fancaria, católicos assanhados e saudosos de Torquemada, bem como alguns protestantes
autoalçados à honra de teólogos.
Nesse ínterim, não se pode acatar uma crítica, por menos severa que ela se apresente,
quando não se contemplam duas premissas: i. prévio conhecimento da matéria na qual se
tenta intelectivamente caminhar; ii. entendimento lógico de tudo quanto se ponha a termo,
sem ingerência de interesses meramente faccionais. Decerto, os críticos antiespíritas têm o
direito fundamental de exprimir-se livremente, amparados no inciso IV do art. 5º da Carta de
1988, vedado, porém, o anonimato. Desse modo, muitos deles não se anonimizam nem se
escondem, mas, como popularmente se afirma, quem diz o que não deve ouve o que não
quer. Por esta razão, empreendem-se todos os esforços para confutar a falsa tese de que o
Codificador do Espiritismo expendera pensamentos e conclusões racistas, porque, em uma
análise sistêmica e estritamente científico-filosófica, tal nunca se pôde verificar.
Não se decola do pressuposto, sensivelmente falso, de que Allan Kardec tenha sido um
6
simples homem da sua época, o qual publicara...