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Outono

Matéria: 20 de setembro - o fenômeno

Autor - Fonte: Flávio Bastos

É com indisfarçável orgulho que comemoramos neste dia, a data máxima do Rio Grande do Sul. Até tentamos disfarçar na comemoração do 7 de setembro, mas esta data torna-se um tanto pálida e ofuscada se comparada ao brilho e níveis de entusiasmo, motivação e mobilização coletiva que provoca a data de 20 de setembro. É como se a verdadeira "Semana da Pátria" fosse a semana farroupilha.

E de onde vêm este indisfarçável "orgulho de ser gaúcho" que culmina na festiva comemoração de uma data em que para o riograndense reúne a associação de duas palavras de alto significado histórico: luta e liberdade?

As histórias, a versão oficial e a versão não-oficial, até certo ponto divergem em relação às motivações que levaram os gaúchos do século XIX a se rebelarem contra o governo central, originando, com o ataque à cidade de Porto Alegre, em 20 de setembro de 1835, a mais duradoura revolução da história do país. No entanto, as duas versões históricas, basicamente, concordam em um ponto: cobranças de pesadas taxas por parte do governo central sobre produtos riograndenses, como charque, erva mate, entre outros. Além da aliança na cobrança de uma taxa extorsiva do charque gaúcho a incentivos de importação do charque oriundo da Argentina e do Uruguai. Ao mesmo tempo que aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto. Outra motivação foi o amor próprio ferido, porque se as tropas que lutavam nas gu rras, na maioria eram gaúchas, os seus comandantes vinham do centro do país.

Ao brasileiro menos desavisado que visita pela primeira o Rio Grande por estes dias de setembro, pode parecer tudo tão estranho: outdoors espalhados pelo estado estampam a frase "Orgulho de ser gaúcho". Um verdadeiro "exército" de gaúchos vestidos a rigor (pilchados) invadem as principais cidades e, principalmente, o Parque Harmonia em Porto Alegre, onde montam acampamento com suas famílias e amigos, juntamente com o poder econômico alí representado através de diversos galpões da tradição. Discursos empolgados, muita música nativista e chimarrão, bailes e churrasqueadas, e um grande desfile na avenida, fecham este dia que é o mais representativo do amor e o orgulho que o riograndense do sul sente pela sua terra, pela sua cultura e tradições.

Seriam sentimentos de superioridade ou de inferioridade em relação ao restante do país? Talvez a explicação deste fenômeno social esteja no sentimento diferenciado, forjado pelas lutas do passado, que o gaúcho tem pelas suas tradições e pela sua cultura. E é claro, porque disfarçar a verdade? Somado ao orgulho de um dia ter tido a ousadia de separar-se do resto do Brasil, proclamando em 11 de setembro de 1836, a República Riograndense.

A verdade é que, devido a nossa situação geográfica e às nossas características histórico-culturais, estamos com um pé em cada lado da fronteira entre o Brasil, Uruguai ou Argentina. Ao mesmo tempo que somos e nos sentimos brasileiros, sentimo-nos também, pela afinidade cultural, um pouco uruguaios ou argentinos. É como se o inconsciente coletivo dos gaúchos dos três países citados, manifestasse o latente desejo de tornar-se um dia, uma pátria independente, a "Pátria dos gaúchos". Sonho que povoou o imaginário de muitos que lutaram e morreram por este ideal separatista.

Somos, sem sombra de dúvida, brasileiros, mas somos um povo peculiar, e as razões desta diferença encontram-se nas raízes da nossa história de dificuldades e de lutas representadas na expressão máxima do simbolismo de 20 de setembro. Ou seja: somos o que somos... uma consequência natural do passado!

Psicanalista Clínico e Reencarnacionista.
Visite meu Site, clique no link: www.flaviobastos.com


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